sexta-feira, 31 de julho de 2009

MEDO e EGO

WS de Constelações Familiares

domingo, 23 de Agosto de 2009


ver: ACTIVIDADES



Medo e Ego


Ao nascer temos medo?

Já vimos com medo quando nascemos, ou passamos a tê-lo no 1º sopro de vida?



Sim, o nascimento dá-se ainda no útero materno.

No momento em que a semente toca a terra, nesse preciso momento, dá-se a criação.

Surge o semeador.

Depois, a semente procura recolher-se para germinar.

O medo surge da necessidade de protecção.
Se não houver necessidade de protecção, não há medo.
Depois, como o ser humano, a natureza tem estratégias para proteger o seu acto criativo.


O medo, ou necessidade de protecção surge sempre de uma memória arreigada que sabe que se não se der à protecção, não nasce. Aqui, as estratégias, o Ego, surgem.


Assim, 1º, temos a memória que nos recorda sempre, do doloroso da perda do que e do como se processou, para "antes" não ter nascido. 2º, da necessidade de proteger, surge o medo, sobre o qual nos recolhemos. Depois e finalmente, 3º, vem o abrir à vida, as estratégias que concebemos, naturalmente, ... para, sobreviver.

O que o Homem anseia, o que o ser mais reclama, é precisamente o encontrar a forma, a maneira de quebrar a necessidade, deste ciclo.

Dor - Medo - Ego


Muitas filosofias encarnam neste conceito. Todas procuram explicar o mesmo. Todas apontam as suas soluções. Porque não as seguimos?

O que nos falta? O que procuramos?

Porque nos agarramos às dores? Às memórias?...

Até as melhores memórias de momentos de felicidade são vistas, à posteriori, à luz de uma dor. Porquê? Para quê?

A dor (memória de dor no passado) persiste no presente e prorroga-se no futuro acompanhando-nos sempre e manifesta-se em todos os nossos sopros de vida.

SEMPRE!!!!!

Se encontrarem uma só vez em que, mesmo inconscientemente, a dor (ou a sua memória) não esteja presente, digam.

DESAFIO-VOS!!!!!


EXPERIMENTEM.


Então, como sair deste ciclo? Vou deixar de viver?

Como libertar-me deste.... medo?

Conhecem aquela expressão; "os últimos são os primeiros?"

Comecemos então, pelo EGO.


O Ego é o nosso fiel protector. O escudeiro que nos serve intransigentemente sem qualquer tipo de dúvida. Não há servilismo. O Ego tem a sua própria autonomia. É desenvolvido pela necessidade de estar vivo. Sobreviver. A todo o custo. Sobreviver. Não é o que procuramos todos?...

Como se apresenta a manifestação do Ego? Pela personalidade que cada um tem e que tão querida nos é(?). Passamos a maior parte da nossa vida a desenvolver a nossa personalidade e a outra parte da vida, a escondê-la. De nós e dos outros. Sempre que nos convém. Sobreviver.

Bem... isto tá cá um filme.

Pois é. Então como saímos disto?

Não saímos.

Entramos.

Entrar no Ego é aprender a conhecer as suas maquinações internas. Como ele nos sabota o tempo todo. Se preciso, vai buscar memórias (dores) familiares ancestrais das quais, nem nós temos conhecimento. Não nos lembramos. Mas está no nosso sistema familiar de origem. E passa de geração em geração e às vezes, salta uma geração; e prolonga-se, "ad aeternum".

Ao entrar no Ego dou de caras,... comigo!

Gosto. Não gosto. Dicotomia dualista manipuladora. É o Ego a gozar. É raro não ganhar. A seguir vem um rol de desculpas e justificações, todas mais manipuladoras que as anteriores, até que, o que sabemos no nosso íntimo ser verdade, fenece, e dá lugar a um novo "olhar", mais consentâneo ou de acordo, com o que "para nós" (áh... cabecinhas...) no momento, nos traz uma resposta de acordo com uma necessidade, de sobreviver. O problema, ... é que acreditamos estar a falar a verdade. A VERDADE! Estão-me a "seguir"? Topam?...

Então o "truque", é, enganar o Ego.

Quem já fez classes de voz em que isso foi abordado, sabe como se processa em nós esse, ... engano.

O Ego enganado, traz-nos a possibilidade de sair momentâneamente do seu jugo e de colocarmo-nos "conscientemente" a viver uma realidade em que ao invés de sermos manipulados, somos nós quem manipula. Ao saborear esse movimento, torna-se possível alterar processos e procedimentos de registos internos, as leituras que guardamos como válidas das experiências vividas ou retidas, e sair.

A sensação de sair é como de repente passarmos a respirar um novo ar. É um alívio.

O nosso grande problema, é que carregamos tantas e tão grandes cargas que o Ego, embora "persona non grata", torna-se indispensável ao nosso modo de vida.

Para alterarmos as regras do jogo, do Ego, é necessário alterar, a nossa própria, vida.

Quando deixamos de mover-nos pelo medo, ou pela angústia de uma dor, seja ela qual for, estamos preparados para quebrar a linha que nos mantém, no ciclo da vida, aprisionados.


O Ego não é o nosso maior inimigo. Somos nós mesmos. Somos nós que o desenvolvemos e lhe damos, todas as "armas" necessárias ao seu "crescimento".


A opção, é sair. Entrando pela porta dos fundos, ao encontro de nós mesmos e abrindo as portas, à LIBERDADE.





Este texto, abreviado, serve de reflexão ao tema "MEDO e EGO" do Workshop de Constelações Familiares a realizar no próximo dia, 23 de Agosto.




Att.

Luís Viegas Moreira.



P.S. Tenho recebido referências ao facto de alguns de vós estarem com medo de lidar com "o medo" em Constelações. Não se preocupem. É só o Ego a manifestar-se. Há "aspectos" que o Ego não controla porque provêem de "um outro lugar" em nós. Ele aprendeu a lidar com eles "à sua maneira". O que está a fazer é a tentar controlar "a sua maneira". Não se preocupem. Se não fosse assim, não seria "Ego".

Só o facto de estarmos dispostos a confrontar-nos com os nossos medos, já mostra ao nosso Ego que "a sua abordagem" é ineficaz e já não nos serve.


E isso, é um bom começo.






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