Por RELACIONAMENTO a "forma" como sou, estou e actuo, nessa RELAÇÃO.
Há uma tendência, generalizada, para incluir "tudo" dentro do mesmo "saco".
No entanto, a forma como me relaciono com o outro, é adaptada, adequada e até influenciada, pelos diferentes ambientes em que estamos. Pelo que podemos dizer que: Temos diferentes relacionamentos, dentro de uma mesma relação, com uma mesma pessoa.
Um caso simples, é o de uma família, marido e mulher que também partilham o espaço profissional, em que pode perfeitamente suceder ela desempenhar um cargo superior.
A relação entre cônjuges, é diferente, quando perante os filhos. A relação entre os pais, abrange o seu relacionamento pessoal, o seu relacionamento com os filhos, as suas diferentes famílias de origem, o seu ambiente profissional e até o social.
Se marido e mulher se complementam na sua intimidade, apresentam-se "equilibrados" perante o exterior a eles os dois.
No caso de uma pessoa solteira, a sua relação consigo mesma, com a família e os demais ambientes, é moldada, adequada de forma mais individual, na busca desse mesmo equilíbrio, complementar.
Todos sabemos, pelo menos os casados ou que já foram casados, como é diferente apresentarmo-nos como solteiros ou casados. Com filhos ou sem filhos. Seja em que ambiente for. E como essa diferença é cada vez mais importante, também, no meio profissional.
Até na forma como nos sentimos quando temos um(a) namorado(a) e estamos com ela(e), ou não, perante os outros.
Quando estou dentro do meu local de trabalho, a minha relação com os colegas muda conforme estou no espaço "funcional" ou fora dele, a conviver.
A grande questão é:
A "forma" que eu sou, estou e actuo nos meus diversos relacionamentos, estabelece as minhas relações.
Então que relações eu tenho?
- boas
- más
- assim-assim
- possíveis
- sofríveis
- porque tem de ser
- porque SIM!
Como sofremos as influências externas dos vários ambientes por onde "circulamos", visto não sermos imunes ao que nos rodeia, vêmo-nos obrigados a adequar a nossa estratégia "interna" a esses mesmos ambientes. Caso contrário, passamos todo o tempo à defesa. Fechados. Sempre à espera que "a bomba" rebente. Para evitar isso, criamos várias "máscaras".
As máscaras começam logo desde que somos pequeninos.
Colocamos uma para o pai e outra para a mãe.
E vamos aprendendo a "sobreviver" criando e desenvolvendo outras e várias máscaras. Às tantas, já estamos tão dependentes delas que já não sabemos viver sem.
Conforme as várias máscaras que colocamos, assim estabelecemos relacionamentos que acabam por definir que relações tenho.(?)
Quantos de nós já não nos sentimos "apunhalados" por, durante um breve momento baixarmos as defesas, retirarmos a máscara que adequámos circunstancionalmente e permitimo-nos a revelar uma faceta nossa verdadeira, supostamente à pessoa correcta, num momento de total honestidade e vermo-nos confrontados com um: "não reconheço" esta pessoa. Quem és tu? O que és tu? Não te aceito ...
Isto dá-se, normalmente, quando dentro de nós salta uma necessidade intrínseca de estabelecer relações verdadeiras, sem máscaras, sem redes nem pára-quedas.
Dentro de um casal, dão-se conflitos quando para cada um, coloca -se a questão:
- como ser marido e ser homem?
- como ser esposa e ser mulher?
- e acrescentar a isso o lugar de, Pai/Mãe?
Como "ser eu" em TODAS as circunstâncias, independentemente dos ambientes ou grupos que percorro?
Que consciência eu tenho de desenvolver para pertencer a determinado grupo?
Que sacrifico por, querer, pertencer-lhe?
Que sacrifico por não lhe, querer, pertencer?
Verdadeiramente.
QUE RELAÇÕES QUERO TER?
Este texto serve como reflexão para a abordagem Sistémica e Fenomenológica a desenvolver no Workshop de Constelações Familiares no próxino dia 5 de Julho em Lisboa.
Para mais informações ver: "ACTIVIDADES".
Att.
Luís Viegas Moreira
1 comentário:
então se assim é(e é mesmo), de facto acho que aterrei no planeta errado!...
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