- Família
- Tradição
- Destino ...
- Dinheiro
- Estatuto ...
- Tinha de ser.
- Filhos
- etc ...
Podemos sempre encontrar milhares de justificações, mas raramente sabemos bem, o porquê. E então a resposta é:
- Porque SIM.
E é tão válida como outra qualquer.
Em um casamento encontramos alguns "destinos" possíveis:
- Aguentar. Fuga / Ausência (a forma mais vulgar de "aguentar")
- Divórcio.
- Viuvez.
- Felicidade e sentido de realização profunda.
"Aguentar":
É normal, nestes casos dar-se a "ausência" de um dos membros do casal. Normalmente, é o homem que se ausenta na procura de melhores condições de vida para a sobrevivência da sua família. Cria assim, um fosso. Na sua ausência, a mulher sente necessidade de encontrar apoio, foi para isso que casou, se há filhos, um deles irá ocupar esse lugar deixado vago pelo pai. Regra geral, o mais velho.
Pode dar-se o caso de o pai estar presente mas ausente. Residir diariamente na mesma casa e todos os dias ver os filhos mas de, efectivamente, não estar "presente". Mais uma vez, um dos filhos tomará o seu lugar, para equilíbrio familiar.
Atenção. Os filhos não procuram "tomar" o lugar dos pais. Fazem-no para manter o "equilíbrio" na família. Quando um pai ou uma mãe se "ausenta" da família, um dos filhos, tomará o seu lugar. Protegendo e cuidando como se "do outro" se tratasse. Depois queixam-se das "irresponsabilidades" das "crianças". A verdade é. Onde estão os pais?
Divórcio:
Terminar uma relação deixa sempre marcas. Sonhos destruídos. Objectivos. Propósitos. Relações íntimas despedaçadas. Embora hoje em dia, "as coisas" sejam relativamente "simples", o terminar algo que não resultou é um "falhanço". Uma derrota! E este, é o maior perigo.
Encarar um divórcio como uma derrota. Culpabilizar o outro por isso, ou a nós mesmos por isso, não acrescenta "valor" ao que se viveu. Todos somos heróis porque aceitámos passar por processos que foram dolorosos. Não há pelo que se vangloriar. Não há pelo que se "envergonhar". Tinha de ser. (ponto). Há uma mensagem "oculta" que a seu tempo se tornará, clara.
Viuvez:
A morte de um companheiro, por muito ou pouco tempo que se tenha vivido a seu lado, deixa sempre marcas. Sente-se um vazio. Uma ausência. A complementariedade que existia, partiu. Foi-se. Aqui, podem suceder diferentes, "continuações".
Uma Viuvez Saudosa. Uma permanente viuvez em que não há espaço para o novo. O ausente deixou uma "marca" presente tão forte no que fica que este não consegue disponibilizar-se, por vezes nem está aí, para uma nova realidade a dois. Desta forma, a união continua "presente" no que ficou. Isto não é bom, nem mau. É como se cumpre.
Uma Viuvez de Luto. Há lutos que perduram porque o que fica, não consegue "soltar-se" da sua imagem "colada" há do que partiu. Não se consegue libertar. Como se fosse uma espada de "dâmocles" sempre presente, sempre vigilante e "perseguidora". É uma "prisão", um destino, o permanecer sempre "colado" a essa imagem. Até "os outros" há nossa volta, parecem incentivar a "esse destino". Por tradição, costumes, ou mesmo até, mesquinhez. Nunca se sabe onde começa ou termina algo, até que seja, "exposto" e a verdade, revelada.
Viuvez Madura: Faz-se o Luto. Soltam-se as amarras e volta-se a soltar as velas ao vento. Para onde? Por aí. Sempre em frente. Quando uma viuvez é bem "entregue", permite um novo respirar. Não há mais a "ausência" do que foi, mas a "existência" do que fica e sente ainda ter "algo" por realizar, a dois.
Felicidade e Sentido de Realização Profunda.
"E foram felizes para sempre" é uma boa forma de, começar. Quando estamos em relações em que nos sentimos profundamente realizados, é importante não permitir que o "lume baixe". E este "lume" não é só em termos erótico-sexuais mas também de um cuidar permanente de si e da sua relação com o outro. Tomar e dar em profusão e igualdade gerando complementariedade no sentido de que: cada um sente, toma e dá de forma diferente, mas em que encontraram a forma harmoniosa de o fazer um para com o outro. Um equilíbrio assim gerado, dá profusão à criação de novos estímulos que se vão diferenciando e modificando, adequando-se, com o passar do tempo e dos anos.
Não há limites.
Uma relação feliz é plena de amor e liberdade.
As liberdades não se atropelam. Elas encontram-se. Fundem-se. Tornam-se uma só. Sente-se no respirar. No olhar. Na expressão mais simples do "eu" para com o "outro" "eu".
"EU" e "EU", somos "EU". Em mim e no outro.
Experienciar e viver "isto", é o sonho realizado de todo o "enlace" amoroso.
Os sonhos podem tornar-se realidade. A vida dá-nos sempre a oportunidade de os realizarmos. Se nos abstivermos de os realizar à força, "porque sim", então, eles, tornam-se possíveis em sua própria natureza.
E o tempo, o tempo está sempre à nossa espera.
Como uma promessa, a realizar.
Enlace ou Desenlace
É a 3ª parte do tema CASAMENTO [aqui] que serve como reflexão e abordagem ao Workshop de Constelações Familiares a realizar dia 14 de Junho, em Lisboa.
Att.
Luís Viegas Moreira
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