A CRIAÇÃO!
Desde tempos imemoriais que o Casamento é a União dos opostos:
- Homem e Mulher
- Sol e Lua
- Céu e Terra
Dessa União gera-se, VIDA!
O Ritual do "acasalamento" era precedido de festas aos Deuses a favor da Boa Natureza, de forma a que da união entre Homem e Mulher fosse dada a Autorização a uma boa "linhagem".
A descendência da família, tribo, povo, ... ou civilização, dependia de um bom "acasalamento". Uma boa União entre homem e mulher deveria assegurar a sua, "sobrevivência".
Assim, o momento inicial da "Criação" numa família, dá-se no momento em que se estabelece "essa" União, perante os seus pares e através de bons augúrios, pelos DEUSES.
Conforme as crenças, também havia épocas propícias para esses rituais. Regra geral, davam-se com o despontar da época da Primavera e incidiam sobre os ciclos da Natureza.
Em ritos mais antigos, nomeadamente em regimes matriacais, era escolhido um homem entre o Povo que durante meses iria ser tratado e cuidado com todo o esmero, para ser sacrificado no dia do ritual. E era uma honra, para os homens, poderem estar nesse, "papel".
Os conceitos poderiam variar de tribo para tribo, e entre os Celtas havia a sagração da Primavera e da Vida com as festas ao "Rei Veado".
Assegurar a continuidade da "Criação" prometia uma descendência e a sobrevivência de um povo, sempre periclitante, tal como uma suave mutação das estações do ano assegurava uma boa colheita e caça abundante.
Hoje em dia, parece que o mais importante tornou-se em, assegurar a "permanência".
O casamento, cada vez mais, deixou de ser um "acto criativo" mas um assegurar de um estado de, "não sozinho".
Talvez por isso, cada vez mais, os pais não têm tempo para os seus filhos.
Estes, crescem em escolas ou colégios, "guardados" dentro de casa(s).
Aos 18 anos, ou aos 22, conforme, os filhos saem de casa e vão-se embora, para longe. Estudar. Trabalhar. Já não permanecem nas suas famílias de origem e se o fazem, é porque não há condições para algo "diferente". Assim, deslocam-se e procuram companheiros que lhes assegurem essa sensação, de uma falsa segurança, de "permanência".
O que foi um acto criativo, contudo, ainda permanece em nós, mas mais como um sonho a ser realizado, tornado realidade do que por um motivo intrínseco de "Criação".
Cada vez mais, tem-se filho(s) com um(a) parceiro(a) e criamo-los com outro(a).
O que assegura a continuidade de um "BOM ACTO CRIATIVO" é assim, transferido.
E andamos a transferir competências naturais de uns para os outros e as gerações futuras irão ter, cada vez mais, dificuldade em reconhecer, o "sentido de pertença real".
Aqui, podemos alegar uma "série" de incompatibilidades que justificam essa, "transferência".
Daí, a necessidade cada vez mais premente, de um sentido de regresso. De regresso "à Terra".
Os filhos de pais separados, o que mais querem é promover à União da família. Procuram assegurar a um bom retorno, a esse sentido original, "a uma boa descendência". Quando não o conseguem, invariavelmente, carregam consigo o "ónus" dessa "falha". Consciente/Inconscientemente.
A grande preocupação social de hoje, é assegurar às crianças, um bom "enquadramento familiar".
Mas que "enquadramento" é esse?
Não vou entrar por ai. Cada um que reflicta por si.
E aos pais "transferidos" dessas crianças, como "enquadrar"?
Nos dias de hoje, assistimos a uma proliferação anormal de regras que asseguram ritos e rituais cada vez mais simples e mesmo banais, de enlaces matrimonias, retirando força e carácter a essa União Criativa Original.
Assim as questões colocam-se.
- que casamento
- família
- união
- propósito e
- vida em comum
- estou disponível para gerar?
Que responsabilidade é, a minha?
Como posso eu, ser "Criação" e Vida?
Que DISPONIBILIDADE, para isso, eu tenho?
... ... ... ... ... ... ... ...
A Abordagem Terapêutica Sistémica Fenomenológica, pode responder a estas e outras questões do princípio Criativo e do lugar que ocupamos, na família.
Qual o nosso "papel" e o porquê de o representarmos.
Onde perdi, na família, o impulso "Criativo" que consequências tem e como recuperá-lo?
Entre outras questões.
A CRIAÇÃO é a 2ª parte do tema CASAMENTO [aqui] que serve como reflexão e abordagem para o Workshop de Constelações Sistémicas e Familiares a realizar dia 14 de Junho, em Lisboa.
Att.
Luís Viegas Moreira
Sem comentários:
Enviar um comentário