terça-feira, 29 de março de 2011

Resposta a um texto sobre ESPIRITUALIDADE EVOLUTIVA


Caríssimo.

A sua abordagem tem muitas lacunas e fundamenta-se em dois ou três pontos base.
O principal, é que somos todos um. Infelizmente, para o seu conceito, isso não é verdade.
Provimos todos do mesmo, retornamos todos ao mesmo. Mesmo longe uns dos outros estamos entre todos conectados, mas não somos todos UM. E como fundamenta a sua "observância" neste ponto, recomendo que a reveja.

Outro ponto é a evolução.
Nada evolui.
O Universo espande-se e contrai. O movimento da respiração; e sempre que o faz, gera vida. renovação cíclica.

Outro ponto é: Consciência.
Consciência e conhecimento são ambas co-criação do ego. Assim como o estado "latente" de "inconsciência" ou menor, sub-consciencia. Pontos de conexão.

Outro ponto.
Nada muda para melhor, porque não existe melhor, nem pior. A substância é, a substância, quando muito muda a forma. O que é, é. O que não é, não é.

Para terminar, não existe criação evolutiva.
A gênese do ser humano, não muda. Mas se ainda assim, mudar, deixou de ser Ser-humano e passou a ser qq outra coisa, diferente.

Espero ter ajudado a "esclarecer".

Att.


abaixo, o texto: ...


Fundador The Awakened Life Project

(clique para ver o perfil)

Existem duas partes para o reconhecimento vivo e manifestação do que significa evolução consciente….

Em primeiro lugar, significa que de alguma forma através de alguma experiência, intuição, caminho ou prática, chegamos à convicção de que, no nosso nível mais profundo e mais fundamental, nós seres humanos somos todos UM.

Na verdade, toda a explosão de vida é um Todo milagroso e misterioso e interligado, independentemente de quão fragmentado e caótico Ele (e nós!) pode parecer.

Este entendimento, em qualquer grau em que tenhamos experimentado ou intuído isso, enche-nos de paz profunda e a libertação eufórica da tensão existencial. Algo muda para sempre no interior do nosso ser. Mesmo se voltarmos a separar-nos, algo dentro de nós nunca esquecerá.

Reconhecemos que o nosso sentido auto-individual é sinónimo de algo inconcebivelmente vasto e infinitamente BOM (e algumas pessoas chamam-lhe Deus!), tal como a onda faz parte do oceano.

Poderíamos chamar a isto a experiência do Ser — o saber do ser junto com o eterno mistério transcendente por detrás de tudo. O Buda chamou-lhe de “Nirvana” e o sábio popular contemporâneo, Eckhart Tolle, chama-lhe “O Poder do Agora”.

Então, uma outra maneira de explicar isto é que tomamos consciência de que quem realmente somos, não é um indivíduo separado, com uma história pessoal distinta e cultural, mas a própria Consciência sem limites.

No reino do puramente transcendente, Consciência é absolutamente plena, completa e nunca muda. É o entendimento desta verdade que tem sido tradicionalmente chamado Iluminação espiritual. É o fim da luta para ser alguém e libertação do mundo.

A partir desta dimensão, a vida e todo o Universo, é simplesmente uma realidade relativa, um jogo divino sem qualquer propósito inerente. Alguns grandes sábios têm mesmo dito que é tudo ilusão. Assim, os sábios e os monges e monjas depois deles, foram para as montanhas ou o mosteiro ou ashram á procura da união com o grande Além … Paraíso ou Nirvana.

Mas há outra face da Consciência ou Iluminação espiritual (apesar de eu não gostar de usar este termo) que tem a ver com o mundo físico, com a criação, contigo e comigo, como seres humanos encarnados e individualizados, a andar e a falar. Porque no mundo das formas, tempo e criação, a Consciência evolui. E, portanto, o significado e expressão de despertar espiritual evolui à medida que nós evoluímos.

Alguns dirão que é heresia ou ridículo … “Como pode Iluminação espiritual ou Consciência ou Deus evoluir? Como pode algo, que não é temporal e é transcendente, desenvolver? Está doido e identificado com tudo o que é relativo, e no fundo irreais, produções de tempo…”

Bem, Consciência pode evoluir e evolui, porque a Fonte de que todos nós somos, não é apenas a paz perfeita da Consciência não-manifestada, é o fogo criativo da Consciênciamanifestada em toda a sua gloriosa polaridade e multiplicidade caótica, que como sabemos agora, tem dado saltos quânticos desde o Big Bang de pura energia, à Matéria, à Vida, à Mente num processo estupendo de evolução cósmica.

Porque decidiu a Consciência transcendente, ou a “Mente de Deus”, criar um Universo em evolução?

Só para que pudéssemos encontrar o nosso caminho árduo, ao longo de mais de 14 biliões de anos desde uma ameba, a dinossauro, a chimpanzé, para a eventual realização em forma humana que todo o processo que nos produziu é uma grande ilusão sem propósito algum e a única maneira de encontrar liberdade espiritual é fugindo daqui???

Acho que não.

No tempo de Buda e dos sábios antigos, quando se pensava que a natureza fundamental da vida era cíclica, essa pode ter sido a maior e, portanto, mais libertadora verdade. Mas, no século XXI, com tudo o que sabemos agora sobre a inteligência e a direcção que está a conduzir todo o processo de evolução, essa postura, em última análise representa uma forma de niilismo.

Porquê? Porque é o abandono da própria força criadora que nos moldou, através de milénios de tentativa e erro, até o ponto onde nós podemos agora, finalmente, assumir a responsabilidade pela continuidade do processo


Que processo? O processo de Evolução Divina.


O que significa isto? Isto significa que, talvez, o Homo-Sapiens-Sapiens, no seu nível corrente de desenvolvimento (por exemplo, tu e eu!) não é o ponto final, mas que talvez estejamos apenas a começar!

A espiritualidade tradicional põem ênfase na realização do Ser e a cultivação e expressão de Paz e Compaixão para com todos os seres vivos, que resulta do conhecimento de que somos todos um. Isto é bom e necessário mas existem cada vez mais indivíduos que sentem algo mais a chamar.

E nesse “algo mais”, a espiritualidade tradicional é o alicerce para uma nova espiritualidade evolucionaria, que procura a transformação do ser, da cultura e do mundo.

Tomamos consciência que a nosso eu individualizado, quando é fundamentalmente libertado das garras do ego, está aqui como um agente de um processo vasto e criativo de Evolução Divina que se preocupa profundamente com o manifestar do nosso potencial, ainda não manifestado, aqui no planeta Terra.

Outra forma muito directa para chegar ao mesmo lugar é simplesmente olhar para o facto de que estamos a viver num momento de crise evolucionaria sem precedente.

E se olharmos profundamente, veremos que é uma crise de consciência. Porquê? Porque é um facto inegável que a grande maioria dos seres humanos são incorporados na consciência do ego e motivados primeiramente por interesses próprios e esta é a causa de todos os nossos “problemas”, desde o pessoal ao global.

Uma vez que compreendemos isto, começamos a receber um sinal: Evolui ou Morre!

A evolução consciente significa simplesmente que somos um receptor aberto para este sinal (ou seja, não a tentar evitar a verdade) e que estamos empenhados em mudar. Mudar o quê? Uma mudança de consciência.

O que significa, ver e sentir a si mesmo, não como uma mera personalidade independente a viver a “minha” vida, mas como a Vida Singular que quer evoluir de modo que essa vida acordará e manifestar-se-à na Terra.

E que por sua vez, resultará automaticamente numa mudança positiva nas acções e nas relações do indivíduo e, consequentemente, do mundo.

Que mais pode qualquer um de nós fazer do que isto?

Que propósito maior haverá para a vida humana?

Portanto, a evolução consciente é a descoberta de que a liberdade espiritual não é apenas encontrada na alegria do Ser não temporal, é encontrado também na urgência em êxtase da Criação evolucionaria.

E é o abraço sincero deste, que é tão essencial se qualquer coisa (inclusive nós!) vai realmente mudar para melhor."



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