quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ESPERA



"Quando estamos entre dois momentos na vida, em que o que foi já não faz sentido e o que vem ainda não chega, é o momento ideal para estabelecer as fundações, do NOVO."








O momento em que nos sentimos em "ESPERA" pode ser terrível.


A ansiedade, as expectativas, a vontade de lá chegar, o desejo de ver "realizado", geram em nós um "contra-fluxo" que nos cansa. Desgasta. Mói. E depois, quando "chegamos", estamos tão cansados e desgastados pela nossa própria fogosidade que o momento de encontro se esvai, sem qualquer usufruto enriquecedor.


Resultado: Nunca mais vamos querer ouvir falar em tal "coisa".


Mas vamos continuar o "resto" da nossa vida ansiando por que se realize.




Assim, seja porque estamos a mudar de vida, casa, trabalho, carro ou de companheiro/a, o momento mais importante, é o momento em que nos preparamos para largar o que já, não "serve".


Já não serve o nosso propósito de vida. Desgastou-se com o tempo ou cumpriu a sua tarefa. Pelo que há que dar por concluído o propósito realizado.




Quando aqui chegamos, executamos um movimento. Da forma como executamos esse movimento, preparamos a chegada do novo.


Se fazemos as coisas às "três pancadas", em desespero, remorso, ou sob qualquer tipo de pressão, o tempo de travessia do deserto, será sem dúvida maior. Porque o que nos impulsiona é uma ruptura abrupta, para a qual será necessário tempo para "cicatrizar" essa mesma ruptura e o que provocou em nós.


Se compreendemos o "movimento" interno, em nós e a própria mudança, ela será suave, tranquila e acolheremos o NOVO, em nós, de forma harmoniosa.




É neste momento de transição, em que nos "organizamos" nesta mudança que se tomam as grandes decisões. Elas já tiveram início no momento em que tomámos a ruptura com o "velho" em nossas mãos.


Por vezes criamos "inconscientemente", ou não, situações que despoletam essa mesma ruptura e "obrigamos" outros, a fazerem por nós o que não queremos ser nós a assumir. Regra geral, isso dá-se por um movimento violento, ou agressivo.




Seja como for que se dê a passagem entre os dois momentos, o Velho e arcaico o que já não faz mais sentido e o Novo, o que vislumbramos, sentimos e cremos ser para o que vimos (Ser/Ter), é nesse preciso momento de transição que podemos fazer o correcto Luto do que vai e nos desprendemos dos velhos hábitos de pensar, sentir e olhar-mo-nos a nós próprios, aos outros e à vida.


É o momento em que nos "organizamos" e pomos em ordem, com a Nova Ordem na Vida.


Ao fazermos isto, compreendemos a finalidade e o propósito do que acabámos de viver. Fosse por curto ou por longo tempo. Nesse preciso momento, despedi-mo-nos em paz. E rodamos o nosso corpo de encontro ao caminho que nos aguarda para viver novas experiências e desafios.




De alguma forma, a imagem do "cowboy" solitário, montado em seu corcel, dirigindo-se no sentido do sol-pôr rumo ao (horizonte) seu Destino... faz todo o sentido.


Porque no princípio como no fim, esse momento entre o de onde venho e o para onde vou, mesmo que acompanhado, é sempre solitário.




E é nesse momento que decido, o como viver, a minha vida.








Luís Viegas Moreira








O presente texto serve de reflexão ao WS de Constelações Familiares a realizar no dia 29 de Novembro de 2009. Para mais informações ver: ACTIVIDADES.

1 comentário:

Unknown disse...

Adorei o texto. Excelente.
Parabéns.
Isaura Anselmo