quinta-feira, 21 de maio de 2009

quarta-feira, 6 de maio de 2009

KARMA - Missão Oculta

Como o lançamento do tema "KARMA - Que missão? Que destino?" em Constelações Familiares; [aqui] e [aqui]; no próximo dia 16 de Maio, tem suscitado questões várias entre colegas de actividade e outros com curiosidade em compreender o: "como se processa" e "qual a finalidade", venho assim, deixar a minha visão Sistémica e não só, sobre este Tema.



Karma - Missão Oculta



Karma, é um termo aplicado para definir aquilo que em gíria popular se define como: "Cá se fazem. Cá se pagam". Baseado na relação "causa-efeito" entre o que fazemos e recebemos, uns dos outros. É com base nesta "relação" que se inserem várias leis. Como "a Lei da Atracção".


Para saber mais sobre Karma, ver [aqui] .

Em termos de Constelações Sistémicas Fenomenológicas, nomeadamente nas Familiares em que se propõe o Tema, significa: "olhar" para, todas aquelas situações que conseguimos identificar e que já não fazem sentido na nossa vida prolongar, ou manter, mas que de alguma forma ainda permanecem como "fantasmas" a girar e a pairar à nossa volta, ameaçadoramente, à "espreita" de uma oportunidade, para "atacarem" e atingir-nos, onde mais nos faz doer.


E faz-nos doer, porquê?

Porque, embora "conscientemente", saibamos identificá-las, não as conseguimos "compreender" ou, "aceitar". Isso envolve um processo de "reconhecimento" interno, que afigura-se complicado de estabelecer. É mais fácil enganarmo-nos com "manipulações" internas, julgando assim que tudo está/fica, bem. O chamado "Sabotador Interno". Mais conhecido por: "EU SEI"!


Como nos faz doer?

Há situações, histórias, na nossa vida que vai-não-vai retornam. Como: a morte de um ente querido; uma violência exercida ou recebida quando criança; um desgosto provocado por pai ou mãe; uma crítica severa, por alguém a quem reconhecemos com autoridade ou não; uma experiência fracassada, ou não reconhecida; um pedido de ajuda que não chegou; uma situação de afecto filial (e outros) "mal feita"; etc, etc, os casos são múltiplos e cada um, tem as suas "centenas". Uns maiores e mais marcantes, outros menores mas que moiem.

E fazem-nos doer, ou ainda magoam, porque no momento presente vamos dando de caras com eles, TODOS os dias da nossa vida. Até que deles, nos libertemos.

Às vezes, na maior parte dos casos, só nos apercebemos, depois.

Outras, queremos identificá-los e não conseguimos e perguntamo-nos: "De onde vem isto? Mas porque me acontece sempre isto? Só a mim."; ou então, começamos a descarregar (projectar) sobre os nossos filhos (amigos, familiares e outros, até desconhecidos), as mesmas questões.


Aqui, separo duas situações.

As directas.

As que por nós são provocadas, dando ou recebendo, ("quem vai à guerra dá e leva"), pessoalmente.


As indirectas.

Que não foram, nem são provocadas por nós, mas que connosco vêm ter e que foram despoletadas no nosso sistema familiar, noutra geração (ascendente) e que se perpetuam manifestando no aqui e agora, através de mim. (de cada um).


É nesta relação Ancestral, por actos cometidos no passado por um familiar nosso, que a relação Kármica, causa-efeito, é vista e interpretada à luz do conceito da "Lei da Reencarnação".

As expressões como: "má gente"; "desonrou a família", "nome pela lama"; etc, etc, determinam que "alguém" no passado (ou presente) cometeu um acto "ultrajante" que de geração em geração se perpetua pela família. E o que é necessário para reestabelecer a ordem? Regra geral, um sacrifício.

É aqui que TODOS somos chamados a dar resposta, durante a nossa vida.

Os filhos, que vêm por amor aos pais, recebem de herança: o nome, os "estigmas" familiares, as suas condições, a sua visão do mundo, as suas condições emocionais, e durante os seus primeiros anos, TODA a informação respeitante à família. Mesmos os órfãos, que nunca viram os seus pais e que logo à nascença foram retirados à mãe, transportam consigo, mais não seja, essa condição. Mesmo quando adoptados no momento seguinte e recebam uma "boa" formação e/ou educação por parte dos seus (novos?) pais adoptivos. Está lá. A informação é perpetuada pelo sistema de origem para o sistema onde "reside", através do próprio e influencia a sua "visão" (sistémica) pessoal, familiar e do mundo.

Quando nascemos, não é importante se a nossa "alma" já habitou outro tempo, outro lugar, outra família, outra vida, cujas acções geraram Karma. Como os filhos vêm SEMPRE por amor aos pais, a alma que é a nossa, de cada um, aceitou por amor, encarnar este corpo em que habita, para assim poder RESGATAR "questões" pessoais ou familiares pendentes.

Também não é importante se estabelece, ou não, algum "pacto", com as outras almas que compõem o "circulo" de pessoas com as quais se vai cruzar directa ou indirectamente ao longo da vida e posteriores. Importante é que há uma missão "oculta" que vai-se revelando ao longo da vida e que perpetua-se para lá da morte. Se não se perpetuasse, não havia, História.
Há aqueles, que já conhecedores do seu "propósito" nesta vida, vão abrindo, um caminho "diferente". (Não me estou a referir a propósitos familiares ou profissionais).

Em termos sistémicos, "olhar" o Karma, é olhar para o que incomodando, já não faz sentido. A sua "função" já se esgotou e se não se esgotou, mas apercebo-me dela, o que é que há em mim que a retém?
Assim:

Que missão ainda não compreendi?
Porque ainda guardo, ressentimentos?
Porque é que, embora há muito tempo, ainda me incomodam certas coisas que vivi no passado e que já era suposto não me incomodarem?
Que guardo em mim que não consigo (ou NÃO quero), largar?
Que mais é suposto eu fazer?
A quem tenho de "matar", para livrar-me "(d)isto"?
Porque é que não acerto, no Amor?

Querem ver mais desespero?... ... ...


Todas as situações "pendentes" têm o seu tempo e momento para serem, "resolvidas". Ao não fazê-lo, estamos a perpetuar movimentos cíclicos que se repetem e que se apresentam uma e outra vez, na vida.

É ao perpetuar esses "momentos" em nós que atraímos uma e outra vez a mesma situação. O "Universo" bem que nos alerta, mas (nós) somos... teimosos. Aceitamos transportar uma dor por amor, achamos que isso é amor, (mas que grande confusão), reclamamos quando "alguém" nos alerta, (provavelmente "alguém" a querer livrar-se de algo, praticando "o bem" e às vezes até o mal, porque não chegamos lá de outra maneira) e ainda amuamos e fazemos birrinha... Somos um espectáculo!

Nas Constelações Familiares podemos "olhar" aquelas situações que temos e que nos pesam. Reconhecê-las e entregá-las à sua origem. O 1º movimento criativo que despoletou toda a carga.

Acontece, ao longo da vida, também, irmo-nos encontrando com pessoas que remetem-nos para algo "atrás", no passado. Como se já as conhecêssemos "de algum lado".

Pode ser uma memória no "sistema" de origem das duas pessoas. Pode ser um encontro de "almas" com longa história para resgatar. O que é certo, é que é sempre uma "oportunidade" para "arrumar", questões.

O Karma não tem de ser uma "sacola" onde vamos metendo todas as coisas que ao longo da vida vivemos e acumulamos, mais as que nos deixaram ficar e que nós aceitamos.

Quando nos deparamos com "algo" que é Kármico, devemos; parar.

Observar.

Reconhecer.

Tomar para nós o que é nosso (acto responsável) e devolver à fonte, sua origem, o que não é nosso. E assim, agradecer a oportunidade de nos podermos libertar de algo que por amor resgatamos e seguir o nosso caminho, mais leves. Livres.

Muito mais há para dizer. O "assunto" não tem, fim.

Mas podemos ir "olhando" e renovando, o nosso, "olhar".